31 março 2006

País gastou R$ 5,3 bilhões com o legislativo federal em 2005

Fiz a inversão de propósito. A notícia é o título acima. Foi obtida no site "contasabertas.uol.com.br A matéria discrimina algumas das despesas que compõem os 5,3 bi. Achei desnecessário citá-la. O título é suficiente para compreendermos porque todo mundo quer chegar lá e, depois, esquecer que já foi um trabalhador comum.

Estava demorando para surgir uma notícia como esta no MS

31/03/2006 0:00

Zeca ‘desiste’...
O governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, anunciou a desistência de disputar o Senado. Diz que vai continuar no governo para “garantir” que os recursos federais que pediu sejam liberados. Mas a história é outra.

31/03/2006 0:00

...para escapar
Zeca do PT fica no governo porque teme que juiz Odilon Oliveira ordene sua prisão. Ele é acusado de maracutaias variadas, como a de favorecer empresários do agronegócio com incentivos fiscais para lá de irregulares.

30 março 2006

Esta é muito boa...



Novas exigências para uma velha profissão, por força dos últimos acontecimentos.

Adaptação Histórica



Veja a que ponto chegamos... Até a Igreja teve de ceder à realidade do Brasil...

Se você tem micro ou média empresa, veja como se conduz o presidente de sua entidade (SEBRAE)


Do que foge Okamotto


Depor na CPI dos Bingos, ele não quer. E conseguiu uma liminar no Supremo Tribunal Federal que o livrou de depor - pelo menos por enquanto.

Ser acareado na CPI com o economista Paulo de Tarso Venceslau, ex-companheiro dele no PT, também não. Escapou com a ajuda de outra liminar.

Mas Paulo Okamotto, presidente do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), sabe que está chegando a hora de ter de encarar a CPI - e tenta ganhar tempo.

A CPI quer saber por que ele pagou do próprio bolso uma dívida de R$ 29 mil que Lula contraíra junto ao PT. E por que pagou uma dívida de campanha de R$ 26 mil da filha de Lula, Lurian.

Okamotto é suspeito de empobrecimento ilícito. E é acusado por Paulo de Tarso de ter comandado o caixa 2 do PT em eleições passadas.

Ele protagonizou ontem um vexame.

No fim da tarde, José Bráulio Rodrigues, escrivão da Polícia Federal, procurou Okamotto no prédio do Sebrae com uma intimação para que compareça à CPI na próxima terça-feira, dia marcado para sua acareação com Paulo Venceslau.

Até lá, a CPI tem esperança de derrubar a liminar obtida por Okamoto.

O porteiro do prédio tentou barrar a entrada do escrivão. Não conseguiu.

Ao chegar no andar do gabinete de Okamotto, o escrivão soube pela secretária Janaína Lopes que ele viajara. Janaína escreveu numa das cópias da intimação:

"Recebemos o original. O destinatário encontra-se em viagem de trabalho devendo retornar somente na próxima semana".

Janaína assinou, datou e registrou a hora: 17h34.

O escrivão foi embora. Mas voltou dali a minutos preocupado com o fato de que Janaína não escrevera na cópia "recebido". Preciosismo de escrivão...

Eis, contudo, que ao voltar ele deu de cara - com quem mesmo? Com Okamotto, ora. Que passou por ele ligeirinho e escapou de ser intimado.

O advogado Luís Justiniano de Arantes, que defende Okamotto nos rolos que ele tem, foi hoje ao Congresso explicar o que aconteceu.

Disse que seu cliente havia comprado passagens para viajar ontem a Belo Horizonte em dois horários diferentes: às 17h52 e às 18h35. E que Janaína pensara na hora em que recebeu o escrivão que o chefe dela já estava viajando.

Quer dizer: a culpa foi da secretária desatenta.

No caso das idas e vindas de Palocci à alegre mansão alugada por ex-assessores dele em Brasília, quase que a culpa sobrou para o caseiro que o viu por lá.

Em tempo: Okamotto manda dizer que vai se valer da Constituição de todas as maneiras possíveis para não ser ouvido pela CPI. Alega que a CPI foi criada para investigar jogo de bingo e que ele nada tem a ver com isso.

Lembre-se disso quando ele pedir seu voto!


Visita suspeita


O senador do PT do Mato Grosso do Sul, Delcídio Amaral, esteve no Palácio do Planalto na véspera da leitura do relatório da CPI dos Correios. Saiu de lá depois das 22h e imediatamente marcou uma reunião com o relator da CPI, o deputado do PMDB do Paraná, Osmar Serraglio, para acertar os últimos detalhes do relatório, informam Bernardo de La Peña e Adriana Vasconcelos em O Globo, hoje. Leia mais aqui. (Transcrito do Blog do Noblat)

Ano de eleição, abre-se o cofre para tentar ganhá-la

Da Coluna de Carlos Alberto Sardenberg, Jornal O Globo, 30/03/06:

Nos dois primeiros meses deste ano, as despesas do governo federal subiram nada menos que 17% em relação ao mesmo período de 2005. Trata-se de uma expansão exagerada, acima da inflação, maior que o crescimento econômico e superior ao aumento de gastos do ano passado. O superávit primário do primeiro bimestre de 2006 está abaixo da meta, sendo menos da metade do obtido no mesmo período do ano passado.

29 março 2006

Interessante!


É preciso fazer algum comentário a respeito?

Desta vez Lulla não pode dizer que não sabia de nada...

Lula sabia
Lula estava em Florianópolis, dia 16, antes de serem publicados os extratos do caseiro, e a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) perguntou se era verdade que Francenildo seria desacreditado. Ele balançou a cabeça, confirmando.
(Coluna de Cláudio Humberto, 29/3/06)

28 março 2006

Augusto Nunes, Jornal do Brasil, 26/3, Coluna Sete Dias

Perplexo com o comportamento da Caixa Econômica Federal no caso do caseiro Nildo, Cabôco foi à agência onde guardava R$ 38 e fechou a conta. Aliviado, pergunta: o que estão esperando milhares de correntistas igualmente indignados? O herói que nada esquece está à procura de um marqueteiro disposto a organizar a campanha cujo mote está pronto: “Sai da Caixa você também”.

Depois reclamam do pessoal "lá de cima"

O eleitor brasileiro é tolerante com a corrupção. É o que mostra pesquisa Ibope sobre o tema, realizada em janeiro deste ano. Os dados mostram que nada menos do que 69% dos eleitores admitem cometer pelo menos um tipo de ato ilícito entre 13 ilegalidades do cotidiano listadas pelo pesquisador. Pior, se tivessem oportunidade, 75% dos eleitores dizem que cometeriam ao menos um ato de corrupção entre 13 apresentados pelo instituto aos entrevistados.

Assim, se fossem eleitos, 40% dos eleitores brasileiros escolheriam familiares ou pessoas conhecidas para cargos de confiança, 18% mudariam de partido em troca de dinheiro ou cargos, 18% contratariam sem licitação empresas de parentes para prestar serviços públicos e 31% aproveitariam viagens oficiais para lazer próprio ou de familiares.
Em situações do dia-a-dia, 14% dos eleitores admitem subornar alguém para se livrar de uma multa, 7% sonega impostos, e nada menos do que 55% compram cópias piratas ou falsificadas de produtos.

Os percentuais crescem muito quando o eleitor se refere não a si mesmo, mas a terceiros - especialmente políticos. Para os eleitores, 84% dos brasileiros e 86% dos políticos escolheriam amigos ou parentes para cargos públicos, 62% da população e 83% do mundo político usam dinheiro de caixa dois para fazer campanha eleitoral, por exemplo.

27 março 2006

Vamos mudar um pouco de assunto?

Recordações do futuro

Estudo da Universidade do Arizona publicado na revista “Science”: o verão de 2100 será tão quente quanto o de 130 mil anos atrás. Quem tem boa memória lembra e quem viver, verá.
(Tutty Vasques, nominimo.ibest.com.br)

Ainda do site VideVersus

PAULO BROSSARD FAZ PREVISÃO SOMBRIA

O jurista Paulo Brossard, ex-senador da República, ex-ministro da Justiça e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, diz sobre a invasão da conta bancária do caseiro Francenildo dos Santos Costa: "Quem faz isso faz qualquer coisa".

Da Revista Veja, citada no site VideVersus

DIOGO MAINARDI INFORMA QUEM DIVULGOU A CONTA DE FRANCENILDO

Diogo Mainardi diz, na revista Veja: "Quem difundiu o extrato bancário do caseiro foi o assessor de imprensa de Palocci, Marcelo Netto. Desde a semana passada, todos os jornalistas sabiam disso. Mas nenhum se animou a denunciá-lo. Marcelo Netto é jornalista. E jornalistas não denunciam jornalistas. Exatamente da mesma maneira que deputados não cassam deputados. O escandaloso acobertamento do nome de Marcelo Netto, porém, foi muito mais do que um simples ato de canalhice ou de coleguismo – foi prejudicial ao próprio trabalho da imprensa. Marcelo Netto tem de ser investigado a fundo. Ele pode explicar a origem dos dados sigilosos sobre o caseiro. Ele pode explicar quando Lula foi informado sobre o caso, se antes ou depois de ser veiculado pela imprensa. Ele pode explicar, por fim, o caminho que o extrato bancário tomou a partir do momento em que foi parar em suas mãos. Um dos filhos de Marcelo Netto, Matheus Leitão, é repórter da Época. O chefe da sucursal da revista em Brasília, Gustavo Krieger, mandou-o correr atrás do material sobre o caseiro. Ele correu. E a Época o publicou. O episódio é ilustrativo dos esquemas de aliciamento, apadrinhamento e cumplicidade do petismo. Um protege o outro. Um defende o outro. Um conluia com o outro. Um contrabandeia mercadoria ilícita para o outro. Toda essa história surgiu porque o caseiro Francenildo Costa não sabia quem era seu pai. O jornalista Matheus Leitão sabe perfeitamente quem é o seu. É Marcelo Netto. Repetindo: Marcelo Netto, Marcelo Netto, Marcelo Netto, Marcelo Netto".

Não dá mais para pagar tanto abuso!

27/03/2006 0:00

Trem da alegria na Câmara

Sem alarde, a Câmara dos Deputados aprovou o plano de cargo e carreira dos servidores e incluiu um “contrabando”: criou cinco cargos para cada um dos 513 deputados federais. O trem da alegria é extenso: soma 2.565 novos cargos, que farão a festa dos deputados em pleno ano eleitoral.
(claudiohumberto.com.br)

23 março 2006

Como se comportam "nossos representantes"


A dança da impunidade


Tão logo ficou claro aos primeiros minutos desta madrugada que a Câmara salvaria o mandato do deputado João Magno (PT-MG), acusado de ter recebido grana de Marcos Valério, a deputada Angela Moraes Guadagnin (PT-SP) protagonizou uma inesquecível cena de falta de respeito.

Ela deixou o lugar onde estava sentada nas primeiras fileiras à esquerda do plenário e saiu dançando para manifestar sua alegria com a absolvição do colega de partido. Angela é médica pediatra. Foi prefeita de São José dos Campos entre 1993 e 1996 e exerce pela segunda vez o mandato de deputada federal.

Desde que pipocou o escândalo do mensalão, tem se notabilizado por tentar livrar a cara dos seus colegas do PT denunciados ao Conselho de Ética da Câmara e sujeitos à cassação por quebra de decoro parlamentar. Sempre pede vistas dos processos para retardar sua tramitação. E vota pela absolvição de todos.

A dança de Angela em plenário dá uma medida da absoluta falta de vergonha que contaminou a Câmara dos Deputados. Dos 19 mensaleiros apontados pelas CPIs dos Correios e da Compra de Votos, 11 escaparam da condenação - 4 porque renunciaram e poderão ser candidatos este ano, 7 porque foram absolvidos.

Estes são tempos de deplorável frouxidão moral e de degradação dos costumes políticos do país.

Atribuindo o mérito a quem tem

As duas publicações abaixo foram extraídas do Blog do Noblat

Se ele bobear, de vítima passará a réu...


Inquérito apura se caseiro lavou dinheiro


Ao depor, esta manhã, na Polícia Federal, o caseiro Francenildo dos Santos Costa foi surpreendido com a informação de que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Ministério da Fazenda pediu a abertura de inquérito para apurar se ele lavou dinheiro.

- Foi o que disse o delegado que me interrogou. Ele não perguntou nada sobre o que eu falei de Palocci. Só queria saber sobre o dinheiro que tinha na minha conta na Caixa Econômica - revelou Francenildo a Leandro Colon, repórter do blog.

A quebra criminosa do sigilo de Francenildo revelou que entre janeiro último e meados dêste mês foram depositados R$ 25 mil na conta dele. O empresário Eurípedes Soares da Silva, dono de linhas de ônibus no Piaui, assumiu os depósitos. Francenildo diz que Eurípides é seu pai e que quer se reconhecido por ele.

Eurípedes já admitiu que deu o dinheiro a Francenildo para evitar que ele fosse à Justiça exigir exame de DNA.

- Eu peço aos que quebraram o meu sigilo bancário que quebrem meu sigilo eleitoral. Aí vão descobrir que votei no operário que está aí em cima - provocou Francenildo ao deixar há pouco a sede da Polícia Federal em Brasília.

22 março 2006

A situação está se complicando...

22/03/2006 0:00
Governo teme até a queda de Lula
Os ministros Dilma Roussef (Casa Civil), Luiz Dulci (secretaria-geral) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça) fecharam aliança para “proteger” Antonio Palocci de qualquer maneira. O ministro da Fazenda só não deixou o cargo porque teme que sua prisão seja decretada, a pedido do ministério público ou da polícia paulistas. O grupo, que se reuniu ontem no Planalto, teme algo pior: que, saindo, Palocci pode precipitar até a queda do presidente Lula.
(Coluna de Claudio Humberto, hoje)

21 março 2006

Nada como ser explorado...

Na banda larga, enquanto no Brasil os provedores cobram em torno de US$ 50 ao mês para capacidade de transmissão de 300 quilobits por segundo (Kbps), na Índia, a operadora BNSL cobra entre US$ 11 e US$ 6 para uma velocidade de 256 kbps. (A informação é de um diretor da Ericson, em "últimas notícias" do Estadão)

Radiografia do nosso subdesenvolvimento

Eleitores, por favor, leiam este artigo

ALI KAMEL

De um tempo para cá, é comum ouvir que o problema brasileiro na educação não é dinheiro. O número mais citado é o volume de recursos investidos na educação pelo setor público (municipal, estadual e federal) como relação do PIB: o Brasil não estaria longe das maiores potências do planeta ao investir 4%. De fato, o estudo “Education at a Glance, 2005”, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra que esse investimento é da ordem de 4,4% na Alemanha, 5,3% nos EUA, 4,4% na Austrália, 4,6% na Itália, 4,6% na Holanda e de 5,1% na média de todos os países da OCDE.

Para reforçar a tese de que investimos o necessário, passaram a nos comparar aos países que, com mais êxito, ultrapassaram a barreira do desenvolvimento com investimentos pesados em educação: a Coréia investe 4,2% do PIB, a Irlanda, 4,1%, a Espanha, 4,3%. Mesmo em relação aos nossos vizinhos latino-americanos, não fazemos feio: a Argentina gasta 3,9% de seu PIB com educação, o Chile, 4%, o México, 5,1%. Estamos, portanto, na média, seja qual for o parâmetro.
Mas os números enganam.

Parece óbvio, mas ninguém sublinha o fato de que investimentos em educação como proporção do PIB dizem pouco quando não consideramos o tamanho do PIB e o número de estudantes atendidos. Imaginemos dois países. O primeiro tem um PIB enorme e poucos estudantes; o segundo tem um PIB pequeno e milhões de estudantes. Os dois países podem investir igualmente 4% do PIB, mas, certamente, no primeiro país, os alunos terão ao seu dispor muito mais recursos. Quando esses dados são levados em conta, a posição do Brasil no ranking de países é vexatória.

Aqui, ainda segundo dados da OCDE, o investimento por aluno na primeira fase do ensino fundamental é de US$ 842 por ano; na segunda fase, é de US$ 913; e, no ensino médio, de US$ 1.008. Façamos as mesmas comparações do primeiro parágrafo. Na Alemanha, os números são, respectivamente, US$ 4.537, US$ 5.667 e US$ 9.835. Nos EUA, US$ 8.049, US$ 8.669 e US$ 9.007. Na Austrália, US$ 5.169, US$ 7.063 e US$ 7.908. Nos países da OCDE, em média, US$ 5.313, US$ 6.089 e US$ 7.121. Na comparação com aqueles países que venceram os entraves do desenvolvimento, nossa situação continua trágica. Na Coréia, os números são US$ 3.553, US$ 5.036 e US$ 6.747. Na Irlanda, US$ 4.180, US$ 5.698 e US$ 5.758. Na Espanha, US$ 4.592, para a primeira fase do ensino fundamental, e US$ 6.010, tanto para a segunda fase do ensino fundamental como para o ensino médio. Nada melhora quando nos comparamos aos nossos vizinhos. Na Argentina, os valores são US$ 1.241, US$ 1.286 e US$ 2.883. No Chile, US$ 2.211, US$ 2.217 e US$ 2.387. No México, US$ 1.467, US$ 1.477 e US$ 2.378.

Investir a mesma porcentagem do PIB em educação diz pouco, portanto.
Não se trata sequer de dizer que a comparação é indevida porque nosso custo de vida difere dos outros países: porque, na comparação com os nossos vizinhos, continuamos a perder feio no ensino básico.

No ensino superior, a situação se inverte: nós gastamos despudoradamente em excesso. No Brasil, gasta-se por aluno o equivalente a US$ 10.361 ao ano. Na Alemanha, US$ 10.999; na Austrália, US$ 12.416; e na média dos países da OCDE, US$ 10.655. Na Coréia, o custo por aluno universitário é de US$ 6.236; na Irlanda, US$ 9.808; na Espanha, US$ 8.020. Se a comparação for com os nossos vizinhos, os números são os seguintes: na Argentina, US$ 3.235; no Chile, US$ 7.023, no México, US$ 6.074.

Por que digo que há excesso? Porque, no Brasil, a relação entre o percentual de verbas destinadas ao ensino superior e a respectiva população de estudantes é escandalosa. Na maior parte dos países, o montante de verbas destinadas às universidades excede a proporção de alunos nelas inscritos. Na média, nos países da OCDE, 15% de todos os alunos estão nas universidades, mas o ensino superior abocanha 24% do total de verbas destinadas à educação. É normal: o ensino superior é mesmo mais caro. No Brasil, porém, vivemos um descalabro: os alunos inscritos em universidades somam apenas 2% do total de alunos, mas o ensino superior fica com 20% de todas as verbas aplicadas em educação. Não há nada nem de longe parecido em qualquer um dos países aqui mencionados.

Diante desses números, entende-se melhor por que as nossas escolas públicas do ensino fundamental não têm bibliotecas, laboratórios de ciências, laboratório de informática, acesso à internet. Entende-se também porque o professorado é uma classe cada vez menos prestigiada, que recebe um salário indigno, o que tira dele inclusive as condições de se aperfeiçoar. Entende-se fundamentalmente por que estamos perdendo a corrida para superar a pobreza e alcançar o desenvolvimento.

Mas nosso problema, de fato, não é falta de recursos, mas falta de prioridade. Repito aqui, como num mantra, o que venho escrevendo: o governo federal quer gastar este ano R$ 8 bi em educação e R$ 19 bi em programas sociais superestimados, como Bolsa Família e aposentadorias especiais para idosos e deficientes pobres. Não se trata, portanto, de conseguir dinheiro novo, mas de realocar o já existente: redimensionar os programas sociais para atender apenas aos necessitados e investir a maior parte em educação, o único instrumento que redime o homem da pobreza.

Todo investimento que desvia dinheiro da educação é contraproducente, mesmo o antigo Bolsa Escola na dimensão que teve no governo passado. Porque o número de crianças que não estudam porque precisam trabalhar jamais chega à casa dos milhões. O grande professor Sérgio Costa Ribeiro já mostrava no início da década de 90 que o acesso das crianças à escola era de 95%. Em média, elas passavam oito anos tentando desesperadamente estudar, mas saíam de lá sem nem de longe concluir o ensino fundamental. O que as afastava da escola não era a necessidade de trabalhar, mas a repetência, o único estímulo que os professores tinham à mão para que o aluno estudasse.

O remédio contra a repetência foi a progressão automática, mas Sérgio sempre a criticou, por considerá-la uma medida isolada, inócua. Mais importante, dizia ele, é dar autonomia às escolas, tendo como contrapartida a avaliação de desempenho dos alunos. Dotar as escolas de recursos materiais e humanos para que se tornem ao mesmo tempo atraentes e efetivas, com uma didática nova e professores estimulados e bem pagos. Mas não deixar de submetê-las a um sistema de avaliação que seja o parâmetro de tudo: a autonomia e os recursos financeiros extras da escola estariam condicionados por essa avaliação.

Sérgio morreu precocemente e o que vimos foi a adoção indiscriminada da progressão automática, sem nova didática, sem mais recursos, sem uma avaliação com resultados práticos: os professores se esforçam para ensinar, mas a escola fracassa.
Dá uma tristeza.

ALI KAMEL é jornalista.

Assim o governo trata os invasores...

MST faz mais invasões e Governo Lula dá mais recursos para movimento

O governo federal destinou, no ano passado, R$ 9,5 milhões do Orçamento Geral da União para entidades ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), organização responsável por mais da metade das invasões de terra ocorridas em todo o país nos últimos dois anos. A quantia é quatro vezes maior da que foi repassada ao movimento no último ano do governo FHC: R$ 2,17 milhões. De acordo com Informações do Sistema Integrado de Administração Financeira da União (Siafi), a Associação Nacional de Cooperação Agrícola (ANCA), a Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária (CONCRAB) e o Instituto Técnico de Capacitação Pesquisa e Reforma Agrária (ITERRA) já receberam, desde o início do governo Lula, mais de R$ 22 milhões dos cofres públicos. A média anual de recursos repassados pelo governo governo Lula ao MST aumentou 76% em relação a média dos três últimos anos do governo FHC. No entanto, não foram apenas os repasses que aumentaram nesse período. De 2003 a 2005 houve 373 ocupações de terra a mais do que no período entre 2000 e 2002. Desde que o Incra passou a contabilizar as invasões de terra, o recorde de ocupações foi registradas em 2005, com 502 invasões.

20 março 2006

O que eles pretendem impor ao Ocidente...

CABUL - Um afegão que se converteu do islamismo para o cristianismo - considerado um crime pela lei islâmica (a Sharia) - está sendo processado por um tribunal de Cabul e pode ser sentenciado à pena de morte. O acusado, Abdul Rahman, foi preso no mês passado após ser denunciado pela família.

Rahman, de 41 anos, confessou que se converteu ao cristianismo 16 anos atrás, quando trabalhava como funcionário de uma ONG de assistência médica para refugiados afegãos no vizinho Paquistão. Ele morou durante nove anos na Alemanha e voltou em 2002 ao seu Afeganistão para tentar obter a guarda das duas filhas - atualmente com 13 e 14 anos -, que viviam com os avós, e a disputa acabou parando na polícia.

O julgamento é o primeiro do gênero no país e está sendo considerado um desafio para os religiosos conservadores e os reformistas sobre qual tipo de Islã - radical ou moderado - deve ser adotado após a deposição do regime fundamentalista islâmico Taleban, em 2001.

A Constituição, aprovada pelo novo governo, tem como base a lei islâmica, que estabelece que qualquer muçulmano que rejeitar sua religião deve ser condenado à morte. "Não estamos contra nenhuma religião no mundo. Mas no Afeganistão, este tipo de coisa é contra a lei. É uma afronta ao Islã. O promotor está pedindo a pena de morte", disse o juiz Ansarullah Mawlavezada à Associated Press. O veredicto deve ser anunciado em dois meses.

O promotor, Abdul Wasi, disse que ofereceu retirar a acusação de Rahman se reconvertesse ao islamismo, mas ele rejeitou a proposta. No Afeganistão, 99% de seus habitantes são muçulmanos e 1%, hindus. Um funcionário humanitário cristão em Cabul disse anonimamente que há algumas poucas centenas de cristãos afegãos, mas poucos admitem sua fé com medo de represálias. As únicas igrejas do país ficam dentro das representações diplomáticas.

19 março 2006

Vejam que artigo interessante sobre a magistratura

Edição nº 1713 17 / 03 / 2006 Edições Anteriores

Home : entenda
Edson Jobim Vidigal: apolítica “a partir da toga”
Por Rui Nogueira
O Poder Judiciário precisa parar para pensar. Parar no sentido figurado, mas pensar no sentido mais do que objetivo. Seus líderes, que são, ao mesmo tempo, juízes e cidadãos políticos, deveriam passar em revista as últimas decisões do Poder – não me refiro só às sentenças, mas também a elas. O ministro Nelson Jobim, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e chefe do Poder Judiciário, destrambelhou, politicamente falando, faz tempo, e o colega dele, Edson Vidigal, que preside o Superior Tribunal de Justiça (STJ), segue-o nos piores exemplos.
A quebra de decoro de juízes e políticos afeta igualmente as instituições a que pertencem, Judiciário e Legislativo, respectivamente. A diferença é que um político, além de ser mais facilmente criticado e acuado, pode ainda ser obrigado a renunciar ao mandato, investigado e ter o mandato cassado e, não menos importante na escala de castigos democráticos, pura e simplesmente derrotado nas urnas. Um juiz também se submete a vários códigos de conduta, mas está longe de ser um alvo tão publicamente exposto quanto um político. E não é fácil de responsabilizar pelos erros que comete.
Impedimento e suspeitasA diferença abissal nos dois casos aqui comparados é que os políticos são eleitos, enquanto os juízes têm de cumprir um dever de Estado que os torna sacerdotes da profissão pública. Mais que isso, e esta é a diferença essencial: entre os três Poderes, no Estado de Direito pleno, é o Judiciário que funciona como moderador, aquele que, pela lei, se enquadra e manda enquadrar o Executivo e o Legislativo. Diante de tamanha responsabilidade, é obvio que do Judiciário, como diz o ditado popular, não se espera apenas que ele seja correto, mas que pareça também, o tempo todo, correto. Ao Judiciário não é dado o direito de errar fácil, ainda que nenhum Poder seja infalível, e muito menos o direito de levantar suspeita fúteis sobre as suas decisões.
No usufruto dos benefícios políticos, o eleitor pode escolher entre centenas de parlamentares e trocar de interlocutor se não se sentir satisfeito, quantas vezes quiser. A interlocução da sociedade com os juízes não tem essa liberdade – ainda bem –, segue regras mais estritas, e um cidadão não pode interditar as ações do Judiciário diante de desconfianças subjetivas. Portanto, quando a ação de um juiz, ainda mais em um processo político-partidário, é passível de levantar suspeitas, é de bom tom que ele se considere impedido para o julgamento.
Política e togaIsto tudo a propósito da decisão liminar do presidente do STJ, ministro Edson Vidigal, que suspendeu as prévias do PMDB marcadas para este domingo. Ainda que a direção peemedebista, quando este texto for lido, já tenha cassado (ou não) a liminar e suspendido (ou não) a consulta para escolher o candidato do partido ao Planalto – entre Germano Rigotto (RS) e Anthony Garotinho (RJ) –, é certo que estamos diante de uma decisão aberrante de um juiz. Transcrevo o que disse o ministro Marco Aurélio de Mello à revista Primeira Leitura deste mês, que está nas bancas: “A opção do juiz pela política não pode ser feita a partir da toga”.
A carapuça serve à perfeição ao ministro Vidigal. E preocupa que esses erros, com marcas da mosca azul, estejam sendo cometidos por membros da cúpula do Judiciário, aqueles que deveriam aspergir o exemplo de cima para baixo.
Um juiz pode ser um inocente útil em um processo político, mas, no caso de Vidigal, sua trajetória profissional, desde os tempos em que cobria a política nacional para o Jornal do Brasil, prova que ele sabe como ninguém com quantos paus se fazem as canoas das disputas partidárias.
Edson Vidigal, maranhense, amigo íntimo do senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-MA), que foi quem o nomeou para o STJ, anunciou que vai se candidatar nas eleições de outubro próximo. Fê-lo com certo estardalhaço e, como diria aquele ministro do Supremo, “a partir da toga”. Anunciou até o partido a que se filiará, o PSB, aliado de Lula e do PMDB, com ou sem prévias, na disputa pela reeleição do petista. E fez tudo isso na condição de juiz e presidente do Superior Tribunal de Justiça, cargo que só deixa no próximo dia 30 de abril – data que é facultada aos juízes para se filiar e desimcompatibilizar dos cargos para concorrer às eleições, enquanto os parlamentares são obrigados a se filiar um ano antes da eleição. Quem está em cargos do Executivo e quer concorrer à eleição tem de se desincompatibilizar até o fim deste mês.
Vidigal, o juiz, transformou-se, há pelo menos três meses, no Vidigal pré-candidato declarado da política maranhense – ou a vice em uma das chapas mais fortes ao comando do Executivo ou a uma cadeira do Senado federal. O governo do Estado tem hoje duas pré-candidaturas fortes, a da senadora Roseana Sarney (PFL) e a de Jackson Lago (PDT). Sem querer perder a amizade com os Sarney, Vidigal, o juiz-pré-candidato, tenta se acomodar na chapa e no cargo que mais frutos políticos lhe render. Não há nenhuma ilegitimidade na demanda, mas ela deveria ser feita sem a toga sobre os ombros. Muito menos com a toga e se declarando candidato e decidindo sobre as prévias do PMDB. Não custa lembrar: o senador Sarney comanda as hostes do PMDB pró-derrubada das prévias e pró-adesão a Lula.
E que argumento o STJ acolheu? O de um peemedebista esperto que argumentou a impossibilidade de realizar as prévias porque os diretórios regionais ficam fechados aos domingos. Quando o escárnio da política partidária encontra guarida no desdém institucional de alguns juízes, o Estado de Direito abraça a avacalhação.
[ruinogueira@primeiraleitura.com.br]Publicado em 17 de março de 2006.

12 março 2006

Leia parte do que não é publicado pela imprensa brasileira...

PRIMEIRA LEITURA — 45


A escola da INTOLERÂNCIA

Fundamental para a compreensão da situação atual no Oriente Médio e do terrorismo, uma coletânea de 58 ensaios sobre o mito da tolerância muçulmana varre ilusões desinformadas e evidencia que o pacifismo islamicamente correto é como a igualdade sob o socialismo: só vale para os fiéis seguidores e só vigora depois da vitória final sobre os refratários

Por Hugo Estenssoro

NOVA YORK – É muito provável que o distinto leitor não tenha sido informado pela imprensa brasileira sobre o ataque perpetrado por palestinos muçulmanos a Taybeh, uma aldeia cristã vizinha a Ramallah, no dia 5 de setembro. Mais de 500 homens incendiaram e saquearam a localidade, queimando uma imagem da Virgem Maria, depois de assassinar uma moça que tinha relações com um cristão, que as autoridades palestinas imediatamente jogaram na cadeia para “proteger”. Se serve de consolo, a maior parte do mundo tampouco foi informada.
Aliás, há um certo tipo de informação que, de alguma maneira, não circula na grande imprensa. Por exemplo, o fato de que desde os acordos de Oslo (1993-1995) o número de cristãos (árabes) da cidade palestina de Belém tenha caído de 60% da população para um terço. Segundo um pesquisador universitário libanês, Habib Malik, 90% dos 10 milhões de cristãos que vivem em países muçulmanos “nunca co-nheceram uma vida livre, digna e em igualdade”. Até sob o nariz das Nações Unidas os muçulmanos de Kosovo perseguem os infiéis.

Cabe perguntar por que os caçadores de injustiças e vociferantes defensores dos direitos humanos nunca mencionam certos casos, nem se indignam, em se tratando do Islã. Porque o problema não se limita aos árabes: o maior país muçulmano, a Indonésia, tolerou nos últimos anos o extermínio de uns 10 mil cristãos no processo de islamificação das Molucas, e outros milhares de vítimas podem ser contados na Nigéria, nos 12 Estados que adotaram a sharia (legislação muçulmana).

Em outros países islâmicos, como o Paquistão, as mortes recentes se contam apenas em dezenas, mas os cristãos (assim como outros não-muçulmanos) são cidadãos de segunda categoria: não podem ser testemunhas contra um muçulmano e são tratados como os antigos “intocáveis”, só dignos de limpar latrinas. Na Arábia Saudita, que encoraja a conversão ao Islã, os convertidos ao cristianismo podem ser punidos com a morte. De fato, essa atitude “assimétrica” muçulmana está aos pouco se espa-lhando em países cristãos e democráticos. Um ministro da União Européia, o italiano Rocco Buttiglione, teve de renunciar por expressar publicamente sua fé cristã, o que seria considerado discriminação escandalosa se Buttiglione fosse muçulmano. Entende-se: é possí-vel divisar mesquitas desde a Catedral de São Pedro, em Roma, mas em Riad é crime até possuir cartões de Natal.

Não há dúvida de que a tolerância ocidental (a cristandade pertence à história) nos honra. Digam o que disserem os inimigos de Ocidente, quando uma imagem da Virgem é queimada em terras muçulmanas não há motins multitudinários e linchamentos nas grandes cidades cristãs, nem a maior potência militar do mundo, os Estados Unidos – único país que pode ser chamado de cristão sem ambigüidades – declara uma guerra santa. De fato, o Ocidente (isto é, basicamente os Estados Unidos) tem se mobilizado nos últimos anos para defen-der muçulmanos em lugares como Kuwait, Bósnia e Ira-que. Mas a tolerância da in-tolerância, como os países europeus estão hoje aprendendo com sangue, tem os seus riscos.

Mais grave é quando a to-lerância passa a ser a quinta-coluna da intolerância, pro-blema clássico das democracias liberais. Quando a grande imprensa mundial maximiza até a mentira os sofrimentos das vítimas oficiais do momento – hoje os palestinos e, por extensão, os árabes e os muçulmanos em geral – e ignora até a fraude as barbaridades que as vítimas possam cometer, com seus inimigos e até entre elas mesmas, o pecado da mídia costuma ser o da vaidade: reconhecer “o outro” e fazer-lhe generosas concessões é o dernier chic de uma suposta superioridade moral. Já a tarefa de definir, destrinchar e explicar os mitos assim criados não é tão frivolamente fácil. Esse o caso do mito do Islã como “a religião da paz”, cuja “tolerância” seria uma caraterística histórica de 14 séculos.

A ESCOLA DE SAID: ao velho mito da tolerância islâmica, o intelectual palestino Edward Said (1935-2003) incorporou com extraordinário sucesso o novo mito da vitimização imperialista. Na foto ao lado, de 3 de julho de 2000, ele atira pedras, na fronteira do Líbano, contra soldados em Israel. Abaixo, dá entrevista em Oviedo, Espanha, em outubro de 2002, depois de receber o prêmio Príncipe de Astúrias por sua “contribuição à paz mundial”

Ninguém duvida que a esmagadora maioria dos muçulmanos seja gente de paz, assim como a quase totalidade dos habitantes do bloco comunista era gente de bem. O que é menos claro para o cidadão comum é que o Islã, como o marxismo, é uma religião bélica, que formalmente declara a guerra ao resto da humanidade. A paz e a tolerância muçulmanas são o equivalente do pacifismo e da igualdade socialistas: só “valerão” depois da vitória total. A dife-rença consiste em que o socialismo promete um futuro, enquanto o islamismo reivindica um passado.

Refutar o grande mito da tolerância islâmica – que justificaria a introdução de princípios muçulmanos nas sociedades ocidentais – requer longos textos eruditos que o cidadão comum não tem tempo nem vontade de ler. Daí a importância do volume compilado por Robert Spencer, The Myth of Islamic Tolerance: How Islamic Law Treats Non-Muslims (O Mito da Tolerância Islâmica: Como a Lei Islâmica Trata os Não-Muçulmanos). Sua leitura pode ser exaustiva para os não-especialistas. Mas, para os que queiram entender a situa-ção atual no Oriente Médio e a questão do terrorismo islâmico, os 58 ensaios do livro fornecem uma chave impecável.
Só a cabal compreensão do conceito de jihad – como, antes, do conceito de “luta de classes” – permite interpretar o panorama internacional atual. Sofistas na imprensa e nas universidades têm conseguido impor a idéia de que a jihad é uma espécie de esforço espiritual e interno para chegar à virtude. Página após página o livro demonstra o contrário (a “jihad superior”, ou espiritual, é apanágio dos místicos sufis, tão lidos no Islã quanto os místicos cristãos no Ocidente). Historicamente, o Islã foi pacífico por apenas 13 anos. A partir de 622 tornou-se uma religião de guerra e conquista. As citações do Corão sobre a paz e a concórdia são quase todas do período inicial. Mas as contradições do Corão são tradicionalmente resolvidas com a doutrina da ab-rogação (os textos mais recentes revogam os mais antigos). O resultado é que o Islã vê o mundo – como os maniqueus, como os marxistas – como uma luta metafísica, cósmica, entre os iluminados do bem e os perversos que se recusam a aceitar a verdade superior. É isso que explica o terrorismo suicida e o entusiasmo que suscita entre os pacatos muçulmanos da rua.
Entusiasmo compartilhado, surpreendentemente, pela esquerda ocidental. O fenômeno é complexo e merece um exame detalhado em rese-nha futura. Mas um dos textos mais bri-lhantes e instrutivos do livro compilado por Spencer é o ensaio introdutório de Ibn Warraq (pseudônimo de um estudioso indiano, apóstata do Islã, que vive e publica nos Estados Unidos), sobre as origens históricas do fenômeno. Depois de lembrar o gênero milenar de falar bem de desconhecidos exóticos para sa-tirizar ou criticar a própria sociedade (Tácito, Montaigne), Warraq estabelece e documenta a genealogia moderna do elogio do Islã a expensas do Ocidente. No século 17, protestantes como Pierre Jurieu e Pierre Bayle iniciam o mito da tolerância muçulmana comparada com o fanatismo religioso (católico) europeu. O gênero se populariza com figuras clássicas como Montesquieu (Cartas Persas, 1721), Voltaire e vários de seus contos, Oliver Golds-mith (Cidadão do Mundo, 1762) e muitos outros – posso acrescentar as Cartas Marroquinas (1789), do espanhol José Cadalso. De maior influência intelectual foram as obras de Voltaire (Histoire de Moeurs, 1756) e Gibbon (o primeiro volume de Declínio e Queda do Império Romano é de 1776) que deram credenciais “científicas” ao mito da tolerância muçulmana.

O mito continuaria até nossos tempos, desde a historiografia espanhola republicana (Américo Castro) até os biógrafos populares de Maomé no século 20. É com o desenvolvimento dos estudos especializados que surge a evidência contrária ao mito, sempre tratada com atenciosa discrição, como no caso do grande orientalista Bernard Lewis. A venenosa mistura do mito tradicional com o novo mito da vitimização imperia-lista foi conseguida por Edward Said em seu fraudulento Orientalismo (1978), e é ainda Warraq que se ocupa em demoli-lo de maneira definitiva. A escola saidista é denunciada em outro ensaio-chave do livro, A Jihad e os Catedráticos, de Daniel Pipes.

Um dos fios condutores do livro é o conceito de “dhimmitude” – a exclusão política, religiosa e cívica dos infiéis nas comunidades muçulmanas – desenvolvido pela historiadora Bat Ye’or, que contribui com vários ensaios. Com ele e sua relação com a jihad é que podemos perceber, de maneira transparente e irrefutável, que o odium theologicum do mundo islâmico por Israel é o ressentimento provocado pela vitória, independência e prosperidade daqueles que a ordem divina destina a serem escravos. Hegel explica.

Cláudio Humberto, hoje...

12/03/2006 11:00
De cocheira
Com maioria no Congresso venezuelano, o presidente Hugo Chávez determinou que o cavalo branco da bandeira galope para a esquerda. Poupará o eqüino de torcicolo ao olhar os companheiros daqui.



12/03/2006 0:00
Linguagem dos sinais
Deve ter sido no mínimo desconfortável o curto passeio de Lula na carruagem da rainha, em Londres. Só os cavalos saberão o que o presidente, sem intérprete, conversou com Elisabeth II.



12/03/2006 0:00
Inveja
Muito luxo e mordomia, não precisa governar, nem despachar com senador e deputado: o presidente Lula deve morrer de inveja da rainha da Inglaterra.

Elio Gaspari, Correio do Povo, 12/03/06

José Alencar, talento de ficcionista

Quando o general Francisco de Albuquerque subiu a escada do vôo da TAM que manobrou pelo pátio de Viracopos para recolhê-lo, sabia o que estava fazendo. Quando foi vaiado pelos passageiros, viu que as conseqüências vêm depois das causas.
São coisas da vida.

Mais perigoso para a segurança de um país e para a moralidade de um governo é saber-se que o ministro da Defesa, José Alencar, informou o seguinte ao presidente da República, na segunda-feira:
- Albuquerque chegou ao aeroporto 51 minutos antes da hora do embarque.
Erro. O general, acompanhado pelo sargento que foi despachar sua bagagem, chegou ao aeroporto às 17h10m, 20 minutos antes da hora prevista para a decolagem.
- Alencar disse que a bagagem do general foi etiquetada e ele recebeu um cartão de embarque.
Falso. O general só recebeu cartão de embarque depois que um casal autodefenestrou-se.
Um ministro da Defesa que dá informações dessa qualidade ao presidente é uma ameaça à segurança pública.

Recordar é viver, doutor Alencar deveria passear pela história. Cairia numa cena dos anos 60, quando Allen Dulles, monumento da elite americana e fundador da CIA, participava da investigação do assassinato do presidente John Kennedy. Um colega lhe perguntou o que ele faria se comprovasse o envolvimento dos russos no atentado. Dulles teria respondido: 'Eu seria capaz de mentir até para o Congresso. Só diria a verdade ao presidente dos Estados Unidos.'

Noutra ponta de Washington, um curioso estava numa fila de estacionamento do aeroporto. Prestou atenção num idoso, logo atrás.
Calvo, tinha óculos redondos e queixo grande. Parecia familiar. Quando caiu a ficha, o sujeito teve um surto de constrangimento.
Estava na frente do general Omar Bradley, comandante das tropas americanas que desembarcaram na Normandia e libertaram Paris. Ao fim da guerra, Bradley tinha 1,3 milhão de homens sob as suas ordens. O peso de suas vitórias alterou a rotina de um avião. No dia 14 de abril de 1981, o Air Force One, que serve ao presidente dos Estados Unidos, foi para Nova Iorque buscar seu esquife, para sepultá-lo em Washington.

10 março 2006

Da coluna de Augusto Nunes no JB de 5/3/06

Grande retrato destes tristes tempos

O deputado Osmar Serraglio alegrouse com a chegada do carnaval. Não pela chance de saborear a notoriedade recente em camarotes da Sapucaí, como fez o senador Delcídio Amaral, presidente da CPI dos Correios. Nem para folgar no exterior ou na praia, como tantos parlamentares.
Serraglio ficou feliz porque teria quatro dias inteiros para concentrar- se nos parágrafos derradeiros do relatório com as conclusões da CPI. São milhares de páginas, a bordo das quais o deputado paranaense viaja rumo a um capítulo obrigatório nos relatos da saga do Brasil republicano.

Todo homem tem seu preço, ensina o Manual do Cinismo. Tal falácia induziu os estrategistas do Planalto a escolher o aparentemente dócil parlamentar do PMDB paranaense para o posto de relator da CPI. Logo se faria o acerto que nunca houve.

O Relatório Serraglio é a prova mais contundente de que muitos deputados não estão à venda. Trata-se de um documento produzido com coragem e competência por um homem de bem.
Embora pouco se saiba do conteúdo, é possível anunciar que vem aí um minucioso e devastador retrato destes tristes tempos. Serraglio provará que o mensalão existiu – e que a bandalheira
foi muito além do caixa dois. Mostrará que o governo, o PT e vigaristas aliados praticaram crimes bem mais graves. Dirá que Lula foi, no mínimo, excessivamente brando com bandidos amigos.

Pilantras oposicionistas não escaparão às denúncias do relatório. Mas ficará evidente que a Era Lula transformou em rotina o que era ocasional. Furtos episódicos, praticados desde os tempos do Descobrimento, tornaram- se epidêmicos. Com a cumplicidade ativa ou o consentimento de comparsas alojados no coração do poder, o PT tentou tomar de assalto a máquina do Estado. Depois de divulgado o relatório, mesmo os mais atrevidos lulistas renunciarão à conversa fiada e a bravatas repulsivas.

Agarrado à fantasia de que os companheiros só praticaram pecados veniais, Ricardo Berzoini, presidente do PT, tem processado quem aponta o viveiro de gatunos alojado no partido. Serraglio confirma que existiu muito pecado do lado de baixo do Equador.

Se o Brasil não reagir ao contundente documento com a ira justa dos atraiçoados, terá deixado de existir como nação.

Sobre a notícia abaixo...

Antigamente, os colonizadores davam espelhos e outras bugigangas aos índios para agradá-los. Agora, acomodam os dirigentes em palácios...

Deslumbrados sub-desenvolvidos


Deslumbrados

De O Estado de S. Paulo, hoje:

"O deslumbramento do presidente Lula e sua comitiva com o luxo e o glamour da realeza pôde ser observado nos reiterados agradecimentos dele ao governo britânico, que foram da rainha Elizabeth II, passaram pelo primeiro-ministro Tony Blair e chegaram aos porteiros e motorista do luxuoso carro Bentley que, no capô, trazia uma bandeira do Brasil e um brasão real.

Ao encerrar o terceiro dia da visita de Estado ao Reino Unido, que incluiu hospedagem no Palácio de Buckingham e passeio de carruagem, Lula foi tão gentil com os britânicos que acabou sendo deselegante com os demais países que o receberam em visitas oficiais.

"Serei eternamente grato pelo carinho que minha mulher Marisa e eu e a minha delegação recebemos nestes três dias que estamos aqui. Não sei se terá um lugar no mundo em que eu serei melhor tratado do que fui aqui. Se tiver, preciso conhecer logo porque saio daqui com a melhor impressão", disse Lula, ao comentar que foi criado um "novo patamar de relações", embora nenhum grande acordo tenha sido assinado.

E prosseguiu nos elogios: "Hoje, quando entrar no avião e me dirigir a Pernambuco, volto com a sensação de missão cumprida de um homem que está gratificado com o carinho de todas as autoridades, d a rainha ao primeiro-ministro, dos empresários do setor industrial aos empresários do setor financeiro, do porteiro do palácio ao motorista. Todos foram de uma gentileza tão extraordinária que eu não sei se um dia nós poderemos ser tão gentis ao retribuir para eles a gentileza que eles tiveram conosco."

Dos sete ministros que acompanhavam Lula, apenas o da Cultura, Gilberto Gil, não ficou em Buckingham. Mas isso não diminuiu o seu encantamento. Ontem, antes de começar a coletiva na residência oficial de Blair, Gil, descontraído, sapateava. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan - que tirou fotos com a rainha e Lula e fez questão de mostrá-las à soberana -, e o da Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende, ficaram impressionados com o tamanho do palácio.

Resende contou, por exemplo, que os quartos não têm chave e que um camareiro escocês ficava postado em sua porta para atendê-lo e acompanhá-lo. "Quando cheguei minha mala havia sido desfeita e tudo estava nas gavetas", disse ele, ressaltando que havia ido ao palácio "várias vezes, mas do lado de fora, como todos os turistas". Anteontem, no entanto, ele assistiu à troca da guarda pelo lado de dentro de Buckingham, da janela da sua suíte. A ministra da Secretaria de Promoção Racial, Matilde Ribeiro, também adorou o que viu. "Foi uma experiência inesquecível."

09 março 2006

A pizza da moda...


Esta é a pizza da moda. Pelo menos durante alguns dias, já que no Brasil há pizza para todos os gostos a toda hora...

08 março 2006

Veja só...


Depois dessa, a TAM poderá mudar seu nome para TRANSPORTES AÉREOS MILITARES...

07 março 2006

Do blog do Noblat


História para boi dormir


Pronto, a culpa é do mordomo - no caso, do funcionário do DAC do aeroporto de Campinas.

O Exército divulgou nota onde nega que seu comandante, o general Francisco Albuquerque, tenha ordenado na quarta-feira de cinzas que um avião da TAM que taxiava na pista do aeroporto voltasse para levá-lo - e à sua mulher - a Brasília.

O casal Albuquerque chegou para o embarque quanto ela havia terminado. O avião voltou, dois passageiros desembarcaram e o casal voou.

A TAM informou por meio de nota oficial que não foi ela que mandou que o avião voltasse.

A nota do Exército diz apenas que o general se queixou ao DAC como faria qualquer passageiro.

Certamente deve ter se queixado com tal rapidez que um funcionário do DAC, por sua conta e risco, abortou a decolagem.

Brincadeira... Deboche.

06 março 2006

Na coluna de Cláudio Humberto de hoje

Quem te ouviu...

“Que ele gere os milhões de empregos que prometeu, coloque as crianças na escola, assente as 400 mil famílias, faça as reformas estruturais que prometeu, coisa que acho difícil sem pressão da sociedade.” Discurso da oposição? Não. Do candidato Lula à Folha de S. Paulo, em 1994.

04 março 2006

Veja esta notícia e leia o comentário postado acima

Relatório da PF inocenta Lula no esquema do mensalão

Sábado, 04 de Março de 2006 07:51
Leandro Calixto

A Polícia Federal deve divulgar nos próximos dias o relatório final do inquérito aberto para apurar o escândalo do mensalão. Segundo a Folha de S.Paulo, o inquérito não apresenta um único indício de envolvimento do presidente Lula no caso escândalo que derrubou vários nomes do governo e da cúpula petista. O esquema montado pelo publicitário mineiro, Marcos Valério, teria beneficiado vários políticos. A depender das conclusões da PF, o presidente poderá continuar sustentando na campanha deste ano que não sabia das irregularidades praticadas por membros de seu governo.

03 março 2006

Se você acha que está seguro, leia esta notícia

Rio

Bandidos invadem Exército e roubam dez fuzis e pistola Rio - Dois grupos armados, com aproximadamente cinco homens usando roupas camufladas e toucas ninjas, invadiram e assaltaram no fim da madrugada desta sexta-feira o Estabelecimento Central de Transportes (ECT) do Exército, na Rua Monsenhor Manoel Gomes 82, São Cristóvão, na Zona Norte. Eles roubaram dez fuzis e uma pistola ao renderem um sentinela e uma guarda. Os bandidos fugiram em carro não identificado. O caso está sendo investigado pelo Comando Militar do Leste.

Fonte: O Dia On Line, 03/03/06

Viva o capitalismo tupiniquim!

Desequilíbrio nas bombas

Inflado pelos impostos, preço pago pela gasolina nos postos brasileiros chega ao dobro do cobrado nos Estados Unidos

Cristiane Crelier

A gasolina está mais cara para os brasileiros do que para os estrangeiros. Pesquisa feita pela RC Consultores mostra que, nas refinarias, a diferença entre a gasolina daqui e a vendida no exterior chegou a 17,6% em fevereiro e deverá se manter perto deste patamar em março (16,5%). Nas bombas, entretanto, a diferença é ainda maior. O valor pago pelo litro da gasolina no Brasil é o dobro do cobrado nos postos dos Estados Unidos.

Sobre a proposta de taxação de passagens aéreas para combater a fome

Pensando bem......

acabaria a fome no mundo se Lula pagasse taxa de embarque para viajar no Air Force 51.

(claudiohumberto.com.br) Coluna de 03/03/06