22 outubro 2006

Sobre as mentiras de Lulla e do Partido do Trambique


PORQUE LILS E SEUS PETISTAS MENTEM TANTO
por Maria Barbosa, socióloga

Nunca dantes numa campanha se viu um festival de mentiras como o que assola o País. Por isso, mesmo que eu já tenha escrito sobre a mentira, voltarei ao tema. Inclusive, porque a arte de mentir é um dos fatores decisivos para que o PT deixe de ser governo e chegue ao poder, o que lembra o pensamento do irmão leigo Betto: “nós estamos no governo, mas não ainda no poder”. Como o piedoso frei Betto é admirador de Fidel Castro, exatamente como Luiz Inácio e demais companheiros, supõe-se que o projeto de permanência dos petistas é por tempo indeterminado e com características, senão totalmente cubanas, pelo menos venezuelanas.Na verdade, o sucesso do candidato e presidente petista repousa em três pilares: a mentira, o abuso do poder econômico e político que a reeleição faculta, a falta de uma verdadeira oposição que fortalecesse a candidatura de Geraldo Alckmin. A mentira do PT começa por seu líder simbólico, Luiz Inácio, passa pela propaganda enganosa e deságua nas invencionices que na campanha se avolumaram também como estratégia para desviar as atenções de assuntos indesejados, como aquele do dossiê arquitetado pelos “aloprados” na sua ânsia de prejudicar José Serra e, por tabela, atingir Geraldo Alckmin.Como símbolo, Luiz Inácio, que serve para angariar os votos que ensejam o poder para o PT, de fato não existe como presidente da República. Não tem condições, digamos, técnicas, para exercer o cargo. Ele é uma mentira criada pelo partido. Isso explica tantas viagens. Melhor mantê-lo afastado. Governar ficou por conta do que se chamou de “núcleo duro”, constituído por José Dirceu, Antonio Palocci e Luiz Gushiken. Do triunvirato não restou nenhum. Pelo menos oficialmente. Os homens mais próximos e importantes do presidente caíram por causa de pesadas acusações que ainda pairam sobre eles, sem nada ter sido ainda esclarecido na Justiça. Num país sério, o presidente da República, que em última instância é o responsável por seu governo, já teria caído junto ou, pelo menos, dado satisfações mais convincentes à sociedade em vez de ficar dizendo que não sabe de nada como qualquer batedor de carteira flagrado no delito.O presidente que foi sem nunca ter sido deve muito também a seu construtor de mentiras e mitos, Duda Mendonça. Este utilizou fartamente os ensinamentos de Goebbels: “o que buscamos não é a verdade, é o efeito produzido”. E foi do ministro da Propaganda de Hitler que Mendonça copiou a lei de ouro do marketing ao treinar seu pupilo mais ilustre: “quanto maior a mentira, mais ela passa”. Entretanto, foram as palavras do próprio Hitler que nortearam o sucesso de Luiz Inácio: “se você deseja a simpatia das massas, deve dizer-lhes as coisas mais estúpidas e as mais cruas”. E não é isso que o candidato e presidente não tem cessado de fazer?Por outro lado, o PT tem forjado mentiras com relação ao adversário Geraldo Alckmin sobre privatizações, sua religiosidade, seu governo em São Paulo. O PT transforma Alckmin em Fernando Henrique e lança a culpa dos fracassos de seu governo no governo passado. É o álibi da “herança maldita”. Luiz Inácio, por sua vez, nada a tem a ver com o PT, com os crimes dos companheiros, com seu próprio governo. Existe o mal absoluto encarnado pelo PSDB, e o bem absoluto representado pelo PT, em que pese o incrível festival de corrupção do partido que durante esse mandato de Luiz Inácio já está em seu terceiro presidente, visto que os anteriores caíram também por conta de pesadas acusações.Evidentemente, essa aceitação da mentira por nossa sociedade explica o sucesso do governo petista e de seu líder simbólico, ressalvando, como escrevi em um dos meus livros, O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto – a Ética da Malandragem, que existe no Brasil gente humilde que é trabalhadora e honesta. Lideranças que ultrapassam visões paroquiais e se agigantam na tentativa de romper com o ranço da mentalidade antiprogressista. Empreendedores. Elites intelectuais. Temos nossas “aristocracias” no sentido aristotélico de aristoi (os melhores). Mas o problema é que “os melhores” não são capazes de preencher a lacuna entre a classe dirigente e a massa.Nestas eleições, e diante do entusiasmo que milhões de eleitores demonstram perante a mentira, recordo ao final desse artigo o pensamento de H.L. Mencken: “O homem é o caipira par excellence, um ingênuo incomparável, o bobo da corte cósmica. Ele é crônica e inevitavelmente tapeado, não apenas pelo outros animais e pelas artimanhas da natureza, mas também (e mais particularmente) por si mesmo – por seu incomparável talento para pesquisar e adotar o que é falso, e por negar ou desmentir o que é verdadeiro”. Por isso LILS e seus petistas mentem tanto. E fazem sucesso.

Descendo o morro...

Pouco inspirado, transcrevo abaixo dois artigos (cito os autores) que demonstram muito bem como anda nosso país e como o governo interfere em nosso cotidiano. Vamos ladeira a baixo. E olha que ainda desceremos muito mais depois da próxima reeleição do apedeuta.
O PÃO FRANCÊS
22.10, 18h14
por Rodrigo Constantino
“The more the state 'plans' the more difficult planning becomes for the individual.” (Hayek)Chegamos ao fundo do poço! Agora sim. Achava que o fundo tinha sido atingido com a provável reeleição de Lula, presidente do “mensalão” cujos mais próximos aliados foram envolvidos em escabrosos escândalos de corrupção bem diante de seus olhos. Na verdade, achei que o fundo era mesmo ter eleito alguém como Lula para presidente pela primeira vez. Mas aí ainda vale a desculpa esfarrapada de que o camarada de Fidel Castro não havia sido testado. Só que uma segunda vez, mesmo depois de tudo que aconteceu, não tem desculpa alguma. Entretanto, não era esse o fundo do poço ainda, para a minha surpresa. O diabo está nos detalhes. As pequenas ações são sintomáticas e talvez demonstrem melhor a mentalidade de um povo. Portanto, o fundo do poço é mesmo o governo controlar como o pão francês será vendido!Por conta de uma portaria do Inmetro, o produto passa a ser vendido por quilo e não por unidade. A pesagem é obrigatória, e todas as padarias tiveram que se adaptar. A medida é tão absurda, mas tão absurda, que choca a reação complacente dos consumidores. Creio que como sapos escaldados, estão acostumados a ter o “papai” Estado decidindo tudo, quem sabe até a cor da cueca que será usada no dia. Os cidadãos são tratados como mentecaptos pelo governo, que interfere nos mínimos detalhes da esfera individual. E como súditos também, na hora de deixar quase a metade do que ganham para os cofres públicos. O conceito de liberdade individual é algo que passou bem longe do Brasil, ainda que vários patetas insistam em xingar (sic) o país de “neoliberal”. Um governo que pretende decidir até mesmo como o pãozinho nosso de cada dia será vendido é um governo que não tem mais o que fazer. Chegaram até mesmo a criar lei sobre engates nos carros! Os privilégios dos burocratas e políticos já é algo que indigna os pagadores de impostos. O fato de Brasília ter a maior renda per capita do país, de longe, mostra que a desigualdade material é amplificada pela concentração de poder no Estado, enquanto muitos ainda acreditam que justamente ele deveria ter o papel de eliminar as desigualdades. Mais fácil crer em gnomos e papai noel. Mas mesmo assim, partindo da premissa que já somos explorados e transferimos renda para os governantes, seria melhor que eles fossem pagos para não fazer nada! Pois quando resolvem fazer, como no caso dessas interferências patéticas na esfera individual, só sai porcaria.O governo deve cuidar basicamente da segurança das pessoas, da manutenção das leis impessoais, garantindo a liberdade dos indivíduos. As trocas devem ser voluntárias, e cada um sabe o que é melhor para si, devendo também arcar com a responsabilidade por suas ações. Tal seria um mundo livre, onde cada um poderia escolher para si o que considera melhor, e teria que obter os produtos e serviços demandados através de interações voluntárias com outros indivíduos, ficando protegidos pelo Estado de roubo e quebras de contratos. Estamos muito longe disso! No Brasil, o Estado se arroga o direito de tratar o povo feito idiota, e pelo próprio discurso do presidente Lula, vemos a analogia com a figura paterna, como se cidadãos fossem filhos dos governantes. Eu tenho pai, ele felizmente nada se parece com Lula, e ele tampouco decide por mim como devo comprar o pão francês. A compra do pãozinho, assim como de todos os outros produtos, é uma troca voluntária entre duas partes. Elas deveriam ser livres para escolher os detalhes da operação. Aqui nesse país não. Aqui o Estado decide por todos, nos mínimos detalhes. A liberdade foi para o saco!Alguns ainda podem argumentar que a medida não foi tão autoritária assim, pois antes foi realizada uma consulta popular. Mas ora, ditadura da maioria ainda é ditadura! Imagina se todos tivessem que beber a mesma cerveja que a maioria escolhesse, ou tivessem que comprar o mesmo modelo de celular preferido pela maioria. Isso não é liberdade de escolha. Liberdade é você poder negociar livremente, comprar algo que somente você deseja se alguém estiver disposto a vender. Cada consumidor deveria ser livre para comprar seu pão como desejasse, e cada padaria deveria ter a liberdade de vendê-lo como quisesse, seja por peso, aparência, unidade etc. Se o cliente não está satisfeito, vota com o bolso, escolhendo outro estabelecimento. A concorrência é a maior garantia de que os interesses dos consumidores serão protegidos. Vendedores só sobrevivem se seus clientes estiverem satisfeitos. No livre mercado, são os consumidores que mandam! Algo totalmente diferente, mais eficiente e mais justo que um modelo onde os “clarividentes” burocratas irão decidir por todos e obrigar um mesmo padrão para o mercado. Enfim, a reeleição de Lula é a grande evidência de que o país afundou mesmo, ignorando questões éticas e vendendo a alma ao diabo por um trocado a mais. Mas o verdadeiro sintoma de que chegamos ao fundo do poço está nas pequenas coisas que demonstram a mentalidade do povo. E a mentalidade do povo brasileiro é totalmente anti-capitalista e anti-liberal. Caramba! Parece brincadeira, e de muito mal gosto, mas o governo realmente chegou ao ponto de definir como um simples pãozinho tem que ser vendido!
O CRIME COMPROVADO
22.10, 12h50
por Clóvis Rossi, na Folha de S. Paulo
A Polícia Federal, tão elogiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está acusando o presidente-candidato de crime eleitoral. É a única conclusão possível a tirar do relatório parcial do delegado Diógenes Curado Filho a respeito do caso do dossiê. Basta seguir o teorema seguinte: 1 - O delegado acusa Jorge Lorenzetti de ter sido "a pessoa que articulou em âmbito nacional a compra do dossiê". A propósito, Gilberto Carvalho, o secretário particular do presidente, também aponta o dedo, indiretamente, para Lorenzetti. Descobertos os telefonemas que trocou com o acusado, Carvalho afirmou: "Disseram que o Lorenzetti estava no rolo". Quem "disseram", cara pálida? Só pode ter sido gente da campanha, do governo ou do PT. Quem quer que seja, sabia que os que Lula chamou de "aloprados" (mas que, na verdade, são delinqüentes) são perfeitamente capazes de meter-se em "rolos" (crimes, em português claro). 2 - O chefe do "rolo", Lorenzetti, era, à época, analista de risco e mídia da campanha Lula. 3 - É crime eleitoral não apenas usar dinheiro ilícito para fins eleitorais mas também captá-lo. Se Lorenzetti "articulou em âmbito nacional a compra do dossiê", cometeu crime eleitoral. 4 - O candidato, como o próprio Lula admitiu, na sabatina da Folha, responde pelos ilícitos cometidos pela sua campanha. É elementar, meus caros Watsons da vida. Se vai ou não produzir conseqüências, só se saberá com o caminhar do processo já em curso na Justiça Eleitoral, o que pode tardar anos, muitos, talvez. De todo modo, pela primeira vez a eleição de um presidente estará "sub judice", por culpa única e exclusiva do que Lula chama de "burrices" de seus amigos e correligionários, fugindo de novo à palavra certa: foram crimes.