Deu na revista "Isto é Dinheiro" desta semana
Farra de contratações
Governo Lula abre 171 mil empregos públicos e aumenta em R$ 23 bilhões o gasto com pessoal
Por Márcio Falcão
Todas as manhãs, quando chega ao gabinete, o ministro do Planejamento Paulo Bernardo pede uma planilha para saber quantos servidores o governo Lula contratou ontem? São números que impressionam. E preocupam. Até a quarta-feira 11, o governo Lula autorizou a contratação de 111.106 funcionários públicos civis. Os números incluem o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, mas foi o governo quem mais contratou. Foram criados 4,6 mil novos cargos de confiança e contratados 30 mil servidores em vagas que estavam congeladas. Foram abertos, ainda, 27,4 mil novos cargos efetivados que estão sendo preenchidos por concurso, além das 25 mil contratações temporárias. Se forem somados a essa conta os 60 mil novos recrutas militares, chega-se a 171 mil novos servidores da União. Os gastos com pessoal subiram de R$ 75 bilhões em 2002 para R$ 98,1 em 2005, um aumento de 32,8%. E a festa não terminou. Nos próximos seis meses, 31 órgãos federais realizarão concursos, com 15 mil vagas. Serão 186 mil servidores a mais em quatro anos. “É uma herança maldita”, ataca o professor Ricardo Bergamini, da UFRJ, autor do estudo sobre o inchaço da máquina. “A bomba relógio vai arrombar ainda mais a Previdência”.
“Pegamos os serviços públicos degringolados”, defende Sérgio Mendonça, secretário do Ministério do Planejamento. Até aí tudo bem. Alguns órgãos há duas décadas não repunham seu quadro de pessoal. Mas há distorções. O pesquisador Bergamini descobriu que 79% dos agrônomos, médicos e fiscais estão sendo lotados na burocracia de Brasília (60,79%) e do Rio de Janeiro (18,24%). Apenas 13,8% estão indo para as ruas nos demais 25 Estados. Outro problema é o baixo número de contratação naquilo que realmente interessa. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, passou dois anos reclamando a contratação de fiscais para defesa sanitária. Só em meados do ano passado, depois que a crise da aftosa estourou foi autorizado a contratar 500 fiscais. “São contratações ineficientes, boa parte sem concurso, só para empregar a companheirada”, acusa a deputada tucana Yeda Crusius, ex-ministra do Planejamento.
Com as contratações a União voltou a ter o mesmo número de servidores civis do governo Itamar Franco. São ao todo 2,1 milhões. Outra questão que preocupa é que o governo Lula prepara um pacote de aumentos para servidores civis, com reajuste de 29%. Os militares, que ganharam 23% em 2005, devem receber mais 13%. Ao calcular o impacto, o ministro Paulo Bernardo tomou um susto: R$ 5,1 bilhões. Somando as contratações com os aumentos engatilhados para o Judiciário e o Congresso, Bernardo descobriu que em 2006 a União liberará R$ 12 bilhões a mais que no ano passado para manter seu pessoal.
Governo Lula abre 171 mil empregos públicos e aumenta em R$ 23 bilhões o gasto com pessoal
Por Márcio Falcão
Todas as manhãs, quando chega ao gabinete, o ministro do Planejamento Paulo Bernardo pede uma planilha para saber quantos servidores o governo Lula contratou ontem? São números que impressionam. E preocupam. Até a quarta-feira 11, o governo Lula autorizou a contratação de 111.106 funcionários públicos civis. Os números incluem o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, mas foi o governo quem mais contratou. Foram criados 4,6 mil novos cargos de confiança e contratados 30 mil servidores em vagas que estavam congeladas. Foram abertos, ainda, 27,4 mil novos cargos efetivados que estão sendo preenchidos por concurso, além das 25 mil contratações temporárias. Se forem somados a essa conta os 60 mil novos recrutas militares, chega-se a 171 mil novos servidores da União. Os gastos com pessoal subiram de R$ 75 bilhões em 2002 para R$ 98,1 em 2005, um aumento de 32,8%. E a festa não terminou. Nos próximos seis meses, 31 órgãos federais realizarão concursos, com 15 mil vagas. Serão 186 mil servidores a mais em quatro anos. “É uma herança maldita”, ataca o professor Ricardo Bergamini, da UFRJ, autor do estudo sobre o inchaço da máquina. “A bomba relógio vai arrombar ainda mais a Previdência”.
“Pegamos os serviços públicos degringolados”, defende Sérgio Mendonça, secretário do Ministério do Planejamento. Até aí tudo bem. Alguns órgãos há duas décadas não repunham seu quadro de pessoal. Mas há distorções. O pesquisador Bergamini descobriu que 79% dos agrônomos, médicos e fiscais estão sendo lotados na burocracia de Brasília (60,79%) e do Rio de Janeiro (18,24%). Apenas 13,8% estão indo para as ruas nos demais 25 Estados. Outro problema é o baixo número de contratação naquilo que realmente interessa. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, passou dois anos reclamando a contratação de fiscais para defesa sanitária. Só em meados do ano passado, depois que a crise da aftosa estourou foi autorizado a contratar 500 fiscais. “São contratações ineficientes, boa parte sem concurso, só para empregar a companheirada”, acusa a deputada tucana Yeda Crusius, ex-ministra do Planejamento.
Com as contratações a União voltou a ter o mesmo número de servidores civis do governo Itamar Franco. São ao todo 2,1 milhões. Outra questão que preocupa é que o governo Lula prepara um pacote de aumentos para servidores civis, com reajuste de 29%. Os militares, que ganharam 23% em 2005, devem receber mais 13%. Ao calcular o impacto, o ministro Paulo Bernardo tomou um susto: R$ 5,1 bilhões. Somando as contratações com os aumentos engatilhados para o Judiciário e o Congresso, Bernardo descobriu que em 2006 a União liberará R$ 12 bilhões a mais que no ano passado para manter seu pessoal.

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